SOCIOLOGIA DA ESPERANÇA (SOCIOLOGIA E RELIGIÃO #3)

É possível uma sociologia da esperança?Por muito tempo a esperança - dimensão fundamental da aventura humana - ficou relegada, nos seus vários matizes e expressões, ao rol das vacuidades e fantasias próprias de épocas pré-científicas. A Teologia fez dela um de seus grandes temas. Péguy a reputava a virtude mais prestigiosa. Hoje pode-se vê-la com os olhos do cientista. Ela pode ser a ponte mediadora de um diálogo fecundo entre Teologia e Sociologia. Nesta obra o tema é estudado com acuidade, rigor científico e com certa emoção. Seria um sonho vão, ilusório, expressão acabada de uma alienação? Não, dirá o Autor. É força que sustenta aspirações, energia que move montanhas, ação política que coloca a imaginação no poder. E empurra a sociedade para além de si mesma. Henri Desroche, ao mostrar os limites de uma sociologia fria e circunspecta para analisar sociedade cálidas, efervescentes e contestatárias, deixa implícita uma exigência: para entendê-las importa menos a validade racional de uma explicação que o poderio mobilizador e animador de seu onirismo. Há uma proposta política manifesta neste livro. É o convite apaixonado a não transformar os "sonhos" sociais - brotados no solo real da própria vida social - em dogmatismos estéreis ou instituições banalizantes, burocratizantes e domesticadoras.